Na manhã seguinte, Noah acordou com o céu encoberto e a casa mais silenciosa do que o habitual.
Clara já estava de pé — ele ouvia o som suave dos pincéis sendo lavados na pia do ateliê.
Sentou-se devagar na cama.
A cabeça estava clara.
O corpo, cansado.
Mas o mais estranho era essa nova sensação:
ele não queria lutar contra o que viria.
Queria apenas entender.
Noah ligou para o número que Elias havia deixado no bilhete, dias antes.
— Dr. Brian Lindstrom, bom dia?
— Sou Noah Bennett.
Preciso agendar uma avaliação. Preferencialmente, o mais breve possível.
A atendente respondeu com uma eficiência gentil:
— Doutor, temos uma janela na próxima quarta-feira às 13h.
Consulta com avaliação neurológica e mapeamento cognitivo inicial.
— Eu estarei lá.
— Endereço e instruções por e-mail, tudo certo?
— Tudo certo.
Desligou, olhou para o telefone por mais dois segundos do que o habitual.
Respirou fundo.
Então, mandou uma mensagem para Elias.
[08:47] Noah:
Quarta-feira, 13h.
Vou encarar.
Obrigado