O centro cirúrgico do hospital estava silencioso, como sempre ficava nos primeiros minutos antes da operação começar.
Noah ajustava a touca, ajeitava as luvas, revisava mentalmente os passos — tudo como fazia há anos.
Era uma cirurgia delicada: tumor em região parietal, pouco invasivo, mas com risco de comprometimento motor se o corte não fosse preciso.
Ele tinha feito dezenas como aquela.
Dormindo pouco.
Com febre.
De coração partido.
Mas naquele dia, havia um peso novo nas pontas dos dedos.
Elias passou os exames mais uma vez.
— A tomografia confirma o deslocamento leve da massa. Você sabe onde evitar.
— Eu sei — respondeu Noah, com voz firme.
Mas ao vestir o avental estéril, a mão esquerda hesitou por um segundo.
Ninguém viu.
Mas ele sentiu.
Um microdelay. Uma diferença imperceptível entre o comando e a resposta.
Entrou na sala de cirurgia com a equipe posicionada, o campo preparado, o paciente sedado.
Olhou para os instrumentos.
Para o monitor.
Para a área já mapeada.
Segurou o bi