O camarim estava mais cheio do que o normal naquela noite, mas não era apenas por causa do movimento da boate. Havia outro motivo para o burburinho: a festa privada organizada por Marcos.
Camile jogou-se na cadeira ao meu lado, lançando os cabelos para trás com um sorriso malicioso.
— Você já sabe, né? O chefe quer todas nós na festa de amanhã — disse ela.
Revirei os olhos enquanto terminava de passar o delineador.
— Claro que sei. Ele deixou bem claro que não é opcional.
— Ah, Nora, olha pelo lado bom — cutucou meu braço. — Vai ser numa mansão de verdade, com piscina iluminada, champanhe caro e um monte de gente poderosa.
Cruzei os braços.
— Gente poderosa… que nos enxerga como decoração. Não é exatamente o meu tipo de programa.
Camile riu.
— Você precisa relaxar um pouco. Quem sabe até se divertir.
Suspirei fundo.
— Duvido muito.
Ela se virou para o espelho e passou o batom com calma.
— Aposto que ele vai estar lá.
— Ele quem? — perguntei, já sabendo a resposta.
— Gabriel — ergueu a