O som acelerado do coração do bebê ainda ecoava na minha mente quando a médica desligou o aparelho. Eu me sentia como se estivesse flutuando, ao mesmo tempo leve e esmagada pelo turbilhão de emoções que me dominavam.
Ravi permaneceu em silêncio enquanto eu limpava o gel da barriga com um lenço, mas quando me sentei na maca e cruzei o olhar com o dele, percebi algo diferente em seus olhos dourados. Era ternura misturada com uma determinação calma.
Ele pegou o envelope com as imagens do ultrassom das mãos da médica, estudando uma delas com um leve sorriso nos lábios.
— Posso ficar com uma? — perguntou, a voz baixa, quase hesitante.
Por um segundo, considerei dizer não. Por orgulho, talvez. Por medo de ceder mais espaço a ele na minha vida já tão bagunçada. Mas a verdade é que aquela era a primeira vez que alguém — além de mim — parecia realmente enxergar e se importar com a pequena vida crescendo dentro de mim.
— Claro — murmurei, tentando esconder o aperto no peito. — Escolha uma.
Ele