As luzes da cidade foram ficando para trás conforme eu deixava Londres em direção ao campo. O trânsito pesado deu lugar a estradas tranquilas, ladeadas por árvores cujos galhos nus se balançavam sob o vento frio de janeiro.

Havia algo reconfortante naquelas paisagens. Sempre que eu vinha aqui, sentia os ombros relaxarem sem que eu percebesse. Talvez fosse o cheiro da terra molhada ou o som distante de pássaros que eu só ouvia naquela parte do mundo.

A cada quilômetro percorrido, a pressão do escritório, as reuniões intermináveis e os problemas dos investimentos ficavam menores. Eu precisava daquela pausa. Talvez mais do que jamais precisei.

Quando finalmente dobrei a última curva, a visão da velha fazenda dos meus pais aqueceu meu peito. A casa de tijolos à vista, com a varanda envolta em luzes amareladas e as cortinas rendadas balançando na brisa, era o tipo de cenário que parecia imune ao tempo.

Estacionei o carro debaixo do carvalho antigo, desliguei o motor e fiquei um instante al