Acordei antes do sol atravessar a cortina. O quarto estava mergulhado naquela penumbra suave de início da manhã, e eu me vi aninhada no peito de Ravi, como se meu corpo tivesse encontrado o lugar exato onde deveria estar. O som compassado da respiração dele, o calor que me envolvia, o braço pesado descansando sobre minha cintura… por um instante, me permiti acreditar que era assim que um relacionamento deveria ser.
Calor, segurança, cuidado. Não a prisão sufocante que eu tinha vivido.
Meu coração apertou com a lembrança. A cada batida, vinha o medo do abandono, daquilo se desfazer como fumaça quando a bebê chegasse. Talvez fosse temporário. Talvez Ravi apenas estivesse ali por dever, pela filha. E quando tudo passasse, eu estaria sozinha de novo, lidando com os cacos.
Meus dedos desenharam distraídos as linhas do braço dele. Era tão estranho — e ao mesmo tempo tão certo — estar ali, tão próxima. O medo me corroía, mas a sensação de acolhimento me prendia.
Era como se o destino estives