Daniel já havia ido embora fazia alguns minutos, mas o silêncio ainda pairava no apartamento como se estivesse impregnado nas paredes. Eu estava sentada na bancada da cozinha, balançando as pernas devagar no meu vestido florido, enquanto Ravi guardava a louça com uma calma que parecia ensaiada. Ele não falava nada, mas percebia-se pela rigidez dos ombros que ainda estava processando tudo o que ouvira.
— Ele é bom — falei, quebrando o silêncio. Minha voz soou baixa, mas convicta. — Eu gostei dele. Confiaria em Daniel.
Ravi me olhou por cima da pilha de pratos antes de guardá-los no armário. O brilho escuro em seus olhos sempre me desconcertava.
— Ele é excelente. Um dos melhores. — Secou as mãos em um pano e apoiou-se na bancada ao meu lado. — Se há alguém capaz de nos ajudar a derrubar Roger, é ele.
Assenti, deixando que minhas pernas balançassem mais rápido. O coração parecia um pássaro preso dentro do peito, batendo contra as grades. Respirei fundo, tentando colocar em palavras algo