O cheiro do hospital já estava gravado em mim. O antisséptico, o soro, os passos constantes no corredor. Eu nunca tinha ficado tanto tempo deitada sem poder fazer nada além de comer e esperar a hora passar. O repouso era mais duro do que qualquer trabalho que eu já tivesse feito.
E, mesmo assim, não era isso que mais me deixava inquieta. Era o olhar.
Ravi estava sentado diante de mim, como nos últimos dois dias. Não importava a hora, não importava o quão tarde ele tivesse voltado do trabalho — sempre estava ali quando eu acordava, sempre estava ali quando eu precisava. Agora, observava em silêncio cada garfada que eu levava à boca, como se quisesse se certificar de que eu realmente estava me alimentando.
Eu tentava ignorar a sensação estranha de ser cuidada. Não sabia como lidar com isso. Nunca tive ninguém que ficasse ao meu lado dessa forma, nunca soube o que era alguém colocar meu bem-estar acima de qualquer coisa. E, ao mesmo tempo que me confortava, me assustava.
Porque se sentir