Arthur segurava a pasta com as provas nas mãos enquanto o silêncio da sala parecia gritar. As palavras estavam ali, impressas em papel, frias e cruéis. E cada linha lida era como um golpe certeiro em sua convicção.
Helena.
Sua tia. Sua mentora. A mulher que o criou quando ninguém mais o queria. A mesma que jurava lealdade à empresa, ao legado dos Ferraz… era quem havia envenenado tudo por dentro.
Laura estava sentada à sua frente, observando cada nuance de sua reação. Não tentou interrompê-lo. Não tentou consolá-lo. Apenas esperou. Porque sabia que ele precisava digerir sozinho antes de conseguir respirar.
Minutos depois, Arthur levantou-se sem dizer nada. Caminhou até a janela, os olhos fixos na cidade que ele tanto lutava para dominar.
— Eu devia ter percebido — murmurou. — Ela sempre foi boa demais em parecer perfeita.
— Às vezes, a gente se engana com quem ama — respondeu Laura, com suavidade.
Ele a encarou, os olhos vermelhos, mas ainda intensos.
— Ela me criou. Me ensinou tudo q