O burburinho pelos corredores da Ferraz & Co. era inconfundível. Em menos de vinte e quatro horas, o nome de Laura Silva já circulava pelos setores como o da “estagiária que salvou a empresa de um escândalo financeiro”. Mas para Laura, a euforia era apenas o início de algo muito maior.
Na sala de café, alguns funcionários a olhavam com respeito velado. Outros, com desconfiança. Mas quando Paula, a recepcionista, lhe trouxe um chá e um sorriso sincero, ela soube que tinha plantado a primeira semente de algo raro naquele ambiente: confiança.
— Você virou assunto, Laurinha — comentou Paula. — Tem gente apostando que vai subir direto pro financeiro.
Laura riu, mas sem arrogância.
— Ainda sou estagiária.
— Mas não por muito tempo, se depender da dona Helena.
Laura ergueu o olhar.
— Helena? A vice-presidente?
— Ela mesma. Comentou com a diretoria que você tem “instinto de liderança e faro pra risco”.
Aquilo a pegou desprevenida. Helena Ferraz era uma lenda viva na empresa — e tia de Arthur.