Cassian*
Os olhos de meu irmão se fixaram em mim.
Incrédulos. Tremendo. Como se visse um fantasma que jamais deveria ter voltado.
— Como você está aqui? — sussurrou.
Até sua voz soava diferente — fraca, gasta, como o vento que sopra entre as ruínas.
Eu apenas rosnei em resposta.
Não queria palavras.
Palavras não curavam feridas como as que ele deixou.
Eu queria apenas terminar o que ele começou.
Com dificuldade, Draco se ergueu, os joelhos vacilando, as mãos cerradas como se o orgulho ainda o sustentasse.
— Você... você é a besta de Beron. — murmurou. Um riso rouco escapou de sua garganta.
— Aquela besta que tantos temem... Algo dentro de mim sabia, quando eu ouvia os relatos.
O riso se partiu no ar. A tosse veio logo em seguida, e sangue escorreu de sua boca.
Ele se encostou na pilastra próxima, o rosto pálido, os olhos — vermelhos, fundos, quase inumanos.
— Você voltou em um momento favorável, irmão. — tossiu novamente, o corpo arqueando. — Eu estou morrendo. Então, temo que sua vin