Após o Rei Vampiro dizimar a alcatéia de seu amado, Violet é consumida pelo luto e pela dor, paralisada pela perda. Meses se passam, mas a cicatriz em sua alma só se aprofunda. Quando sua irmã gêmea, Sarah, e sua melhor amiga, Ivy, são ameaçadas, Violet é sequestrada pelos homens do Rei e forçada a aceitar um destino cruel: casar-se com ele para protegê-las. Agora, prisioneira no castelo do inimigo, Violet tenta sobreviver à dor e ao ódio que sente, enquanto segredos sombrios começam a emergir. Entre pesadelos e mistérios, uma revelação inesperada abala suas convicções: seu Alfa pode não estar morto. Ele está mais perto do que ela jamais imaginou – e talvez seja a chave para sua liberdade. Mas até onde Violet está disposta a ir para salvar aqueles que ama e, talvez, resgatar o homem que ela pensou ter perdido para sempre?
Ler maisEu nunca quis estar aqui.
O altar era frio, um pedaço de mármore preto que refletia o brilho das velas espalhadas pela catedral sombria. Estar ali, parada diante de todos, era como encarar um pesadelo lúcido do qual eu não conseguia despertar. Meu vestido preto gótico, escolhido a dedo pelo próprio monstro à minha frente, parecia pesar toneladas. O corpete apertado sufocava minha respiração, as rendas delicadas roçavam minha pele como teias de aranha, e a longa cauda que se arrastava atrás de mim era uma corrente invisível que me mantinha presa a este destino cruel. O salão estava repleto de vampiros e outras criaturas. Seus olhos carmesim brilhavam com um deleite mórbido. Eu era o espetáculo da noite, a loba transformada em rainha por um casamento forçado. Todos esperavam para assistir o momento em que o Rei Vampiro, o homem que destruiu tudo o que eu amava, me reivindicaria como sua. Minha única companhia era o ódio que queimava em meu peito. Eu odiava aquele homem à minha frente, o Rei Vampiro. Klaus. Apenas ouvir seu nome era como provar veneno. Ele estava ali, vestido de forma impecável, seu manto negro decorado com detalhes em vermelho-sangue que simbolizavam seu poder e crueldade. Seus olhos vermelhos brilhavam com uma satisfação que me deixava nauseada. Ele não se importava com o que eu sentia, com o fato de eu estar ali contra a minha vontade. Para ele, isso era uma vitória. Quando Klaus segurou minha mão, seus dedos gélidos enviaram um arrepio pela minha espinha. Ele sorria. Não um sorriso gentil ou amável, mas um sorriso cheio de soberba, como se dissesse que eu pertencia a ele. — Você está deslumbrante, minha rainha. — Sua voz era um sussurro, mas carregava uma intensidade sombria, como se quisesse me lembrar do que eu havia perdido. Engoli em seco, lutando contra a onda de náusea que ameaçava me dominar. Eu não consegui responder. Minhas palavras estavam presas na garganta, esmagadas pelo peso da situação. O ar ao meu redor parecia mais denso, como se a catedral fosse um túmulo, e eu, a vítima enterrada viva. Minha mente vagou por um instante, buscando qualquer coisa que pudesse aliviar a dor esmagadora. Pensei em Sarah e Ivy. Elas estavam em algum lugar, presas por esse monstro e seus capangas, usadas como moeda de troca para me manter obediente. Tudo o que fiz, todo o sofrimento que suportei até agora, foi para protegê-las. Mas isso não tornava a situação menos insuportável. Cada decisão que tomei foi uma ferida em minha alma, uma cicatriz que nunca iria desaparecer. Eu fechei os olhos por um momento, tentando bloquear o barulho ao meu redor. Os murmúrios dos convidados, os risos discretos, tudo parecia zombar de mim. Não havia aliados ali, nenhuma saída. Eu estava sozinha, uma prisioneira disfarçada de rainha. “Eu odeio isso. Eu odeio você. Eu odeio todos vocês.” Esse mantra repetia-se incessantemente na minha cabeça enquanto o sacerdote, uma figura pálida e de olhos vazios, começava a recitar as palavras que selariam minha nova vida. A voz dele ecoava pelo salão como um sino fúnebre, cada palavra um lembrete de que eu estava enterrando tudo o que eu era. — Violet, aceita Klaus como seu legítimo marido, para honrá-lo e servi-lo até o fim dos seus dias? Meu coração apertou no peito. Olhei para Klaus, e seus olhos vermelhos encontraram os meus. Ele sabia o que eu sentia. Ele sabia que eu o odiava mais do que tudo, e mesmo assim estava aqui, deleitando-se com a minha humilhação. Seus lábios se curvaram em um sorriso que parecia dizer: Eu venci. A sala inteira esperava minha resposta. O silêncio era opressor, como se cada criatura ali estivesse prendendo a respiração, aguardando o momento em que eu me renderia completamente. — Aceito. — A palavra escapou de meus lábios como uma faca sendo arrancada do peito, deixando uma ferida aberta que jamais cicatrizaria. A explosão de aplausos que seguiu me fez querer encolher. Cada palmo daquele lugar vibrava com o som das celebrações, mas para mim, tudo parecia abafado. O único som que realmente ouvia era o eco vazio dentro de mim. Klaus inclinou-se, seus lábios frios roçando minha bochecha enquanto ele sussurrava: — Agora, você é minha, minha pequena loba. Para sempre. Engoli a bile que subia pela minha garganta e forcei meu corpo a permanecer imóvel. Cada fibra do meu ser gritava para afastá-lo, mas eu sabia que qualquer resistência só traria mais sofrimento, não para mim, mas para Sarah e Ivy. Então, fiquei ali, imóvel, enquanto ele se afastava e voltava sua atenção para os convidados, sorrindo como se tivesse acabado de conquistar o mundo. O peso das palavras dele caiu sobre mim como uma montanha. Eu não era mais livre. Não era mais Violet. Não era mais nada. Ele havia me tirado tudo. Enquanto o salão se enchia de vozes e risos, eu senti como se estivesse me afogando. Meu peito apertava, minha visão começava a embaçar, mas não havia lágrimas. Eu já tinha chorado o suficiente. Agora, só restava o vazio. Eu queria desaparecer. Queria que as pedras daquele altar me engolissem, que o teto daquela catedral desabasse sobre todos nós. O vestido, a coroa de pedras negras sobre minha cabeça, as joias que adornavam meu pescoço – tudo parecia um peso insuportável, um lembrete cruel de que eu não era uma rainha, mas uma prisioneira. Enquanto os convidados se reuniam para comemorar, eu permaneci ali, imóvel, como uma estátua. Minhas mãos estavam frias, meu coração, ainda mais. Eu não sabia quanto tempo conseguiria suportar essa vida, mas uma coisa era certa: não havia nada de glorioso ou grandioso naquele casamento. Era apenas um pacto de sangue forçado, um juramento arrancado à força de uma mulher destruída. E enquanto o Rei Vampiro me puxava pela mão para que descêssemos juntos do altar, um único pensamento se repetia em minha mente: “Eu odeio isso. Eu odeio você. Eu odeio a todos vocês.” O som dos aplausos ecoou pela catedral enquanto eu era conduzida para o início do banquete, mas, por dentro, eu sabia que havia algo diferente. Não havia mais Violet ali. Eu me enterrava junto com as promessas que fiz para mim mesma, e tudo o que restava era uma sombra, um fantasma que agora pertencia ao Rei Vampiro.O vento frio da manhã sussurrava por entre as árvores que cercavam a nossa vila, e o som suave da natureza parecia ter se tornado uma melodia constante nos últimos anos. Eu estava deitada na cama, os dedos acariciando a barriga grande e arredondada de oito meses. A vida aqui era diferente agora—mais tranquila, mais cheia de propósito. A alcatéia prosperava, como Dylan sempre imaginou, mas havia algo mais que me ocupava. Algo que crescia dentro de mim, todos os dias, mais forte, mais presente.Dylan, sentado à beira da cama, olhava para mim com aquele olhar de sempre. Era um olhar que misturava possessividade com uma ternura que ele nunca imaginaria sentir até nos conhecermos. Ele passava a mão pelo meu cabelo com um toque suave, mas seus olhos estavam cheios de uma intensidade inquietante. Ele estava nervoso, eu sabia.– Você está bem? – Ele perguntou, e sua voz, grave e rouca, estava cheia de preocupação. Era uma preocupação constante desde que soubemos da gravidez. Ele sempre temia
Eu acordei com uma sensação de desorientação, como se minha mente estivesse ainda navegando entre os pesadelos e a realidade. O ambiente era estranho, e o cheiro no ar não era o da nossa casa ou da floresta que conhecia tão bem. Uma dor forte pulsava na minha cabeça, e a sensação de desmaio ainda parecia pairar sobre mim. Onde eu estava? Como cheguei aqui?Ao meu lado, Dylan estava sentado em uma cadeira de madeira, os olhos fixos em mim, um misto de preocupação e alívio em seu rosto. Quando percebeu que eu estava acordando, ele se levantou rapidamente, e, em seus olhos, eu vi o reflexo de algo que não conseguia entender completamente. Medo? Alívio? Talvez ambos.– Violet… – Sua voz estava rouca, cansada, como se ele tivesse falado meu nome centenas de vezes. – Você está bem?A dor na minha cabeça se intensificou quando tentei me mover, mas, mesmo assim, consegui olhar ao redor. O quarto onde eu estava era simples, com móveis rústicos e uma janela quebrada que deixava a luz do sol ent
O ar estava pesado naquela manhã, como se o próprio céu soubesse que algo importante estava prestes a acontecer. Eu me encontrava caminhando pela floresta ao lado de Dylan, nossos passos pesados, mas não havia mais o som da nossa respiração apressada ou o peso de uma jornada difícil. O que nos aguardava não era um caminho árduo, mas uma verdade que, há muito tempo, estava escondida nas sombras.Eu sabia que Ivy voltaria. Sabia que havia algo que ela precisava me contar, algo que iria mudar tudo. O que eu não sabia era como isso aconteceria, ou o que exatamente ela havia descoberto.Dylan estava calado, mas eu podia sentir sua tensão crescente. O que Ivy tinha a dizer afetaria a todos nós. Ele sabia disso, mas não falava nada. Ele me observava de canto de olho, sempre vigilante, sempre atento. Mas eu não podia mais ignorar a inquietação que se espalhava dentro de mim.O som de passos suaves cortou o silêncio da floresta, e antes que eu pudesse me virar completamente, vi a figura famili
O vento estava mais frio do que nunca, cortando minha pele de lobo, mas eu estava absorta demais para me importar com isso. A transformação ainda estava fresca em minha memória, e o eco da força recém-descoberta pulsava em minhas veias. Cada passo que eu dava, sentia o peso e a leveza de ser um ser mais completo. Dylan caminhava ao meu lado, em silêncio, e sua presença era a rocha que me mantinha estável enquanto o mundo ao nosso redor parecia se mover de forma estranha.Havia algo mais. Algo que estava despertando dentro de mim.Eu me concentrei, tentando sentir qualquer vestígio da magia que eu uma vez soubera possuir. Era como um fio invisível, um toque de poder que havia sido apagado de minha memória. Quando eu era mais jovem, o toque da magia me era familiar, mas agora era como uma memória distante, algo que eu não podia alcançar, como uma canção que não se lembrava mais da letra.– Dylan... – Minha voz saiu baixa, quase um sussurro, quebrando o silêncio da floresta. Ele parou ao
A noite estava fria, mas o céu estava claro, como se as estrelas tivessem decidido brilhar mais intensamente naquela noite. Eu sentia o ar fresco e gelado cortando minha pele, mas não me importava. O silêncio da floresta era profundo, interrompido apenas pelo som suave do vento que balançava as folhas das árvores. Dylan estava ao meu lado, seu corpo forte e seguro, como sempre. Ele era minha rocha, o único ser capaz de me fazer sentir que, talvez, eu não estivesse sozinha neste mundo sombrio.Caminhávamos lentamente por uma trilha estreita, à beira de um lago escondido, que era conhecido apenas por ele. Ele havia me trazido aqui para escapar da agitação da nossa vida, para se afastar de todos os problemas e traumas que ainda nos assombravam. E eu, como sempre, me sentia segura com ele, não importava o que acontecesse. Nós dois éramos como duas sombras, entrelaçadas, incapazes de se separar.Quando chegamos à beira do lago, a visão me deixou sem fôlego. As águas refletiam as estrelas,
O dia havia começado como qualquer outro, mas eu sentia que algo no ar estava diferente. Algo mais intenso. Dylan estava ali, ao meu lado, mas parecia mais distante. Sua presença dominava o ambiente, e eu não conseguia desviar os olhos dele. Ele não estava mais apenas ao meu lado fisicamente; ele estava me envolvendo, me consumindo de uma forma que eu não conseguia compreender completamente.Sua aura era palpável, e eu sabia, com toda certeza, que ele estava começando a me marcar de formas que eu não entendia.A casa estava silenciosa, exceto pelo som da lareira queimando e o crepitar das chamas. Eu estava sentada perto da janela, observando a neve cair suavemente lá fora, quando senti a presença dele se aproximando. Ele parou atrás de mim, e, antes que eu pudesse reagir, suas mãos se apoiaram na mesa ao meu lado, criando uma barreira entre mim e o mundo exterior. Eu me virei lentamente, encarando-o, sentindo a pressão no ar.Dylan não disse nada. Seu olhar era fixo, ardente, como se
Último capítulo