Elara*
Após tantas revelações, após uma verdade tão cruel que despedaçaria qualquer alma, Cassian adormeceu em meus braços. Eu o senti se entregar ao sono como alguém que, por fim, permitia-se afundar nas trevas.
Quando a clareza do dia começou a invadir a tenda, sentei-me devagar na cama improvisada. Meus olhos não conseguiam se desviar dele.
As palavras de Lucian martelavam em minha mente. Ele queria partir, queria regressar às ilhas do sul — e eu, dilacerada entre tudo o que Cassian me revelara e a vida que eu havia construído sem ele, não sabia como agir.
Deixei a tenda em passos leves. O ar frio me envolveu, trazendo consigo uma estranha lucidez. Avancei até onde Lúcia e Castor estavam. Os dois conversavam em tom baixo, tensos, mas se calaram no instante em que me aproximei.
— Como ele está? — perguntou Castor, direto.
— Ele... dormiu. — minha voz soou frágil demais, como se carregasse peso demais.
— Isso é bom. — Lúcia respondeu prontamente, com firmeza. — Talvez ele esteja co