Elara*
Não sabia ao certo em que momento o sono me venceu. Apenas recordava o gosto dos lábios de Cassian contra os meus, o calor de sua pele após deixarmos a banheira e a maneira como seus braços me envolveram, possessivos e frágeis ao mesmo tempo, quando nos deitamos naquela cama improvisada. Ali, no aperto de seu abraço, adormeci. Pela primeira vez em tantos anos, meu corpo sentia-se em casa.
Quando meus olhos se abriram, a luz suave da manhã atravessava as frestas do lugar. Mas o que realmente me despertou foi o olhar dele. Cassian me observava. Intenso, quase cruel na forma como não desviava, como se cada traço meu fosse uma âncora que o impedia de se perder outra vez.
Sua mão deslizava devagar por meus cabelos, como se tivesse medo de que eu me desfizesse em pó a qualquer momento.
— Não dormiu? — perguntei, a voz ainda rouca.
Ele engoliu em seco, os olhos não piscando.
— Tinha medo que você desaparecesse quando meus olhos se fechassem.
Meu peito se apertou. Segurei a outra mão d