Elara*
O mundo parecia ter se desfeito diante de meus olhos. Não era mais realidade, era um pesadelo sufocante, do qual eu não conseguia acordar.
Meus olhos buscaram Cassian. Ele caiu no chão como se todas as forças tivessem sido arrancadas de seu corpo.
Meu peito se contraiu em desespero. Eu quis correr até ele, gritar seu nome, mas minhas pernas não obedeciam.
Beron, ao contrário, parecia calmo demais. Como se o caos fosse música para ele. Estava empertigado em sua cadeira, com a expressão de tédio.
— Por que… Por que fez isso? — minha voz saiu fraca, rouca, mais um soluço do que um questionamento.
Os olhos dele se estreitaram, como se o peso da minha dor fosse apenas uma distração banal.
— Por que fez ele matar a própria mãe? — insisti, a voz quebrando.
Ele se aproximou, agachando-se diante de mim, e naquele instante seu cheiro metálico e animalesco me sufocou.
— Era necessário. — Sua voz era tão calma que me gelou. — Cassian é teimoso. Me atacou, tentou me matar. Providências p