Elara*
Não sabia ao certo por quanto tempo havíamos corrido. O tempo parecia ter perdido todo sentido desde o instante em que vi Cassian cair.
Os lupinos de Beron não nos seguiam mais. E, de repente, me dei conta: o dia havia ido embora de novo. A noite caía como um luto que cobria a floresta inteira.
Quando o cansaço tomou os corpos de Lúcia e Castor, paramos em uma encosta escondida.
Desci das costas de Castor e, assim que meus pés tocaram o chão, caí de joelhos. O estômago revirou com violência, e coloquei para fora o pouco que havia comido.
Lúcia, ainda em sua forma de lupina, aproximou-se devagar. O calor de seu corpo roçava em meu ombro quando ela o acariciou com o focinho.
— Vamos. — Castor murmurou, com a respiração entrecortada. — Há uma aldeia mais à frente. Podemos nos abrigar lá esta noite.
Eu não respondi. Apenas deixei que me puxassem de volta para os pés.
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Na aldeia, ficamos em uma pousada quase vazia. O quarto era simples, cheirava a madeira úmida, mas para mim p