Luna dormiu pela primeira vez em dias sem medo. Depois da conversa com Allan, algo dentro dela se aquietou. Não era exatamente paz, mas um entendimento: ela não estava mais perdida no escuro. Agora havia um caminho — mesmo que fosse perigoso.
Naquela madrugada, sonhos a invadiram como nunca antes.
Ela se viu criança, correndo por uma floresta envolta em névoa. As árvores eram altas, antigas, e pareciam sussurrar seu nome. Do alto de uma colina, uma mulher a observava. Tinha cabelos negros como a noite e olhos dourados, brilhantes como o sol. Ela estendeu a mão para Luna e sussurrou:
— Você é mais do que imagina... meu sangue vive em você.
Luna tentou correr até ela, mas foi puxada para trás pela força do vento — ou do tempo.
Acordou com um sobressalto. Estava no quarto improvisado da cabana, com Mérida sentada ao seu lado, desenhando em um caderno.
— Você falou durante o sono — disse a híbrida loira, sem tirar os olhos da folha. — Disse “mamãe” e “floresta dourada”.
Luna se sen