Gabriela estava exausta depois de uma semana cheia. As gravações do filme seguiam em ritmo acelerado, as revisões de roteiro exigiam atenção a cada detalhe e, além de tudo, a confissão de Miguel ainda pairava em sua mente como uma sombra impossível de ignorar.
Naquela manhã de sábado, ela decidiu fazer algo que não fazia há muito tempo: voltar ao bairro onde crescera. Sentia que precisava de um pedaço de chão firme, um lugar que a lembrasse de quem era antes de todas as pressões, contratos e dilemas amorosos.
Ao atravessar as ruas simples e cheias de memórias, Gabriela respirou fundo. A padaria na esquina ainda estava lá, com o mesmo cheiro de pão fresco. A pracinha parecia menor do que na infância, mas carregava a mesma sensação de abrigo.
E foi ali, diante do portão da antiga casa de sua família, que el