O sol da manhã atravessava as cortinas finas, pintando o quarto com tons dourados. Gabriela despertou com uma sensação estranha: um misto de leveza e medo. Leveza porque, finalmente, depois de semanas mergulhada em lembranças dolorosas, havia conseguido escrever a palavra perdão. Medo porque não sabia qual seria o próximo passo.
O laptop ainda estava sobre a escrivaninha, aberto no último parágrafo. Gabriela se levantou devagar, aproximou-se e leu em silêncio:
"Eu escolho perdoar."
O coração se apertou. Aquela frase parecia simples, mas tinha o peso de toda a sua vida.
— Eu também escolho — sussurrou, como se estivesse prometendo a si mesma.
Enquanto isso, Miguel chegava mais cedo ao trabalho. O e-mail da empresa estrangeira estava destacado na sua caixa de entrada, aguardando resposta. O prazo final era naquela semana. Ele se recostou na cadeira,