A livraria estava lotada.
Pessoas caminhavam entre estantes, curiosas, algumas segurando exemplares nas mãos, outras consultando os painéis coloridos com a foto da autora da noite: Gabriela Ribeiro.
Era o dia do lançamento de seu primeiro livro.
E, apesar do frio na barriga, Gabriela sentia algo que não experimentava há muito tempo: paz.
Vestia um macacão azul elegante, com sapatos baixos e um brilho no olhar que não vinha do iluminador, mas da jornada que havia percorrido até ali.
Manu corria entre os corredores com uma fita no cabelo, distribuindo marcadores de página com a frase:
“Cicatrizes não são vergonha. São lembrança de que sobrevivemos.”
— Mãe, a moça da TV chegou! E tem câmera e tudo! — gritou, empolgada.
Gabriela ajeitou o cabelo, respirou fundo e caminhou até a área central, onde aconteceria a sessão de autógrafos.
A editora a aguardava com um sorriso largo.
— Pronta para ser celebrada?
— Nunca pensei que essa frase seria sobre mim — respondeu, com humildade.
— Você inspi