Laura abriu os olhos devagar.
  A cabeça latejava como se houvesse um tambor batendo dentro do crânio. O estômago embrulhado, a garganta seca, a pele sensível. Sentia-se fraca, desconectada da própria realidade. Como se sua alma tivesse sido arrancada e devolvida amassada.
  Virou o rosto e viu Bianca sentada ao seu lado, os olhos cansados, a expressão carregada de angústia e alívio ao mesmo tempo.
  — Bia...? — murmurou, com a voz rouca e falha.
  — O que... o que aconteceu comigo?
  Bianca se aproximou com cuidado, como quem teme tocar em algo frágil demais para suportar mais um choque.
  — Você foi drogada, Laurinha. O Augusto... ele colocou algo no seu café. — A voz saiu embargada, controlada com muito esforço.
  — Era uma substância pesada. Você perdeu a consciência e… ele te levou para o quarto.
  Laura piscou várias vezes, tentando juntar os pedaços da memória. Um calafrio correu por sua espinha.
  — Não… não pode ser. Eu… eu lembro do café… depois subi… e… mais nada.
  Bianc