Augusto, que, ao ver Bianca, havia se afastado de Laura, deixou que o corpo dela tombasse mole na cama — como uma boneca de pano, sem nenhuma consciência do que fazia. O olhar dele era frio, calculista, mas forçava uma expressão de falsa preocupação ao se aproximar de Heitor.
  — Calma, cara… Eu posso explicar…
  Mas Heitor já não raciocinava. Era pura dor transformada em fúria. Avançou para cima de Augusto, o punho voando com a força de um homem traído, acertando um soco violento que estalou no rosto do outro.
  Augusto caiu de lado, sangrando no canto da boca, tentando se proteger, atordoado.
  — Certamente essa vagabunda está transando com nós dois… — rugiu Heitor, cuspindo o veneno da dor.
  — Agora me diz que tipo de homem você é? Para aceitar dividir sua mulher com outro? Que tipo de lixo faz isso?!
  Augusto cuspiu sangue, a voz falha, mas com aquele sorriso canalha no canto dos lábios:
  — O tipo de homem que ama uma mulher.
  Eu amo a Laura. E aceitei dividir ela com você po