Heitor ficou ali por um segundo, parado, imóvel. O rosto ainda ardia do tapa. Os lábios ainda sentiam o gosto dela.
E então… veio o caos.
Ele chutou a cadeira com força, jogou o telefone contra a parede, empurrou os papéis, a pasta, o notebook… tudo voou.
Gritou. Um grito abafado, preso no peito. Raiva. Frustração. Dor.
Mas o que mais doía… era o que ele sabia, no fundo, e que agora gritava dentro dele como uma sentença cruel:
Ele estava apaixonado
E havia perdido a única mulher que ousou desafiar seu controle.
A única que não implorou para ficar.
A única que o amou… e ainda assim escolheu partir.
Mais do que Patrícia.
Muito mais.
Laura era a mulher que ele não queria…
Mas agora sabia que precisava.
E talvez já fosse tarde demais.
O som dos saltos de Laura ecoou alto pelo saguão da Holding Arantes.
Dessa vez, não havia pressa.
Nem medo.
Apenas a certeza de que não voltaria mais.
Cada passo que dava era uma despedida silenciosa.
Dos corredores.
D