Laura abriu a boca para responder, mas nenhuma palavra saiu. Tudo o que tinha ensaiado em sua mente se esvaiu no momento em que sentiu o corpo dele tão próximo. O calor que irradiava de Heitor a envolvia como uma brasa viva, queimando lentamente a razão dela.
O perfume dele, amadeirado e másculo, misturado ao cheiro sutil de fúria, a entorpecia. Os olhos dele estavam fixos nos seus lábios como se quisessem devorá-los, e o modo como seu peito quase roçava o dela fazia o ar parecer pesado, escasso.
Ela deveria falar. Se justificar. Explicar tudo. Mas… como, se o corpo gritava mais alto do que a mente?
— Heitor… — sussurrou, mas o nome saiu mais como um gemido do que como um protesto.
Ele ergueu uma sobrancelha, provocador, percebendo a rendição estampada no olhar dela.
— O que foi? Esqueceu o que veio dizer? — sussurrou contra o ouvido dela, a voz grave, quase um toque.
O hálito quente em sua pele a fez estremecer. Laura encostou as costas na porta, sentindo-se vulnerável, exposta