A madrugada pesava sobre o apartamento como um manto silencioso. O mundo lá fora estava quieto, mas dentro de Villano, o caos era ensurdecedor.
Sem fazer um som, ele abriu a porta do quarto dela. A luz da rua entrava pelas frestas da cortina, pintando listras douradas sobre o rosto de Ura, que dormia profundamente, a respiração tranquila, os lábios entreabertos, murmurando algo que ele mal conseguia ouvir.
Villano se aproximou devagar. O olhar sério, mas tomado por um desconforto diferente. Como se sua presença ali fosse um erro, mas um erro que ele não conseguia evitar cometer.
Ficou parado por um momento aos pés da cama. Depois, como se atraído por algo mais forte que sua vontade, ajoelhou-se ao lado dela. Queria entender. Observar. Sentir… algo.
Ela se virou levemente no sono, o rosto virado para ele.
— V… — murmurou ela, a voz fraca, sonolenta. — Se casa comigo… por favor. Não me deixa morrer.
Villano ficou congelado.
Aquelas palavras o atravessaram como uma faca len