— Você está falando de quê? De quem?
Silêncio.
— Dante — ela avança um passo — você sabe de algo que eu não sei?
Ele a encara. E por um instante, seus olhos vacilam. Mas então, como quem engole a própria culpa, responde com frieza:
— Eu só sei que aquele menino não é responsabilidade minha. E não quero Villano crescendo achando que é.
Unirian dá um passo para trás.
— Isso não é você. Você nunca fala assim de criança.
— Talvez você não me conheça tanto quanto pensa — ele corta.
Ela respira fundo. Os olhos marejando.
— Ou talvez você esteja escondendo algo que eu ainda vou descobrir.
E sai do quarto, sem esperar resposta.
Dante fecha os olhos, apoiando a testa contra o vidro.
Lá embaixo, Kevin dormia num quarto estranho, numa casa onde ninguém dizia a verdade — mas todos pareciam prontos para brigar por ela.
O relógio marca 23h12. A mansão está silenciosa, exceto pelo som da chuva batendo contra os vidros. Dante está de pé, tenso, encostado à lareira apagada. Ricci, seu br