Lucas
A tensão dentro do carro sufocava qualquer tentativa de conversa. Leonardo dirigia com uma rigidez que eu nunca tinha visto, os nós dos seus dedos brancos no volante. No banco de trás, Raul era uma estátua da agonia, olhando fixamente pela janela sem realmente ver nada. O telefone, agora a arma que Juan Suarez usava contra ele, estava silencioso no seu bolso, um artefato perigoso que poderia detonar a qualquer momento.
Eu não sabia o que esperar quando Ricardo fez a conexão com a Polícia Federal e a Interpol. As palavras soavam como ficção, algo distante que se via em filmes, não uma realidade que envolvia a todos nós dentro daquele carro.
Imaginei que o ponto de encontro seria uma delegacia. Mas eu estava enganado. Ricardo nos aguardava em frente a um lugar discreto, quase invisível para quem passasse de fora, mas, por dentro, parecia um formigueiro de agentes armados, computadores, pastas, mapas e rostos sérios demais para serem ignorados. Senti um aperto no peito. Nunca pense