Lucas
Raul desabou na cadeira, o rosto enterrado nas mãos, um soluço abafado escapando de seu peito.
— Ele vai machucá-los de novo. Por minha causa… eu…
Castro se inclinou para frente, a voz cortando o ar como lâmina.
— Ele ia fazer isso de qualquer jeito, Raul. — O tom era firme, mas não sem uma ponta de compaixão. — Juan não precisa de pretexto. Isso é sobre ele demonstrar poder, sobre nos manter acuados. Mas agora sabemos de algo importante: ele está impaciente. Aquelas quarenta e oito horas que ele nos deu… são um blefe. Ele quer os diamantes rápido.
Meu pai ergueu o rosto. Os olhos dele ainda estavam vermelhos, o peso da dor escancarado, mas havia ali uma chama diferente agora, um lampejo de fúria crua, de instinto.
— Eu pago — disse ele, sem titubear. — Tudo. O que ele pedir. Não me importa o valor. Só quero minha filha viva.
Castro reprimiu um riso cínico, quase de desdém.
— Não será necessário. Não dessa forma. Mas vamos fazer ele acreditar que sim.
Ricardo, sempre direto e