Lucas
Estacionei a caminhonete a alguns metros do ponto combinado. As mãos no volante estavam firmes, mas o peito… o peito era outra história. O ar me pesava, e o suor frio que descia pela nuca não era apenas pelo calor abafado. Era expectativa.
O relógio no painel marcava 16h47. O sol já começava a descer atrás dos galpões abandonados, tingindo o concreto rachado com uma luz dourada e suja. O lugar era perfeito para um encontro como aquele: isolado, sem câmeras, com o som distante do porto abafando qualquer coisa que soasse como um tiro.
Mas eu sabia que não seria um encontro com o temível traficante Juan.
A ligação de Carolina não tinha sido sobre a empresa. Foi um pedido de socorro em meio a sua propria ambição. O rosto pálido, as mãos tremendo, e um nome que eu não esperava ouvir naquele momento.
— É a Vivian, Lucas — ela sussurrou, inclinando-se sobre a mesa. A mãe da Angel. Ela está viva.
Naquele momento eu entendi que o verdadeiro inimigo sempre esteve mais perto do que imagi