O som do corvo ecoou como um rasgo no tecido do mundo. Não era um chamado, era um aviso. Do vale abaixo, as sombras começaram a se mover. Primeiro eram manchas escuras contra o verde, depois se tornaram uma maré de pelagens escuras, olhos brilhantes e armas rústicas. A horda de Selenna emergiu da névoa matinal como uma extensão da própria escuridão que ela cultiva. Eles não marchavam em formação, mas avançavam como uma enxurrada – desorganizada, mas numerosa e barulhenta. Seus rosnados e gritos de guerra formavam uma sinfonia caótica de fúria.
Do alto das muralhas, Kieran observou, impassível.
— Como esperado. Força bruta. Ela não se preocupa com tática, só com massa. Ele fez um sinal com a mão.
— Arqueiros, posição!
Nas ameias, fileiras de arqueiros do Amanhecer Prateado e dos Picos da Águia se ergueram. Seus movimentos eram calmos, treinados. A tranquilidade deles era um contraste gritante com o frenesi que se aproximava.
Scarlet, ao seu lado, sentiu o instinto primordial latejar