Dentro da tenda de comando montada à retaguarda de suas forças, o ar estava gelado e pesado. O rugido de Selenna ao ver seu ataque mental ser dissipado ainda ecoava nas paredes de lona. Do lado de fora, os sons da batalha continuavam. O choque de metal, os rosnados de fúria e os gritos de agonia, mas dentro daquela tenda, havia apenas um vácuo de fúria silenciosa.
Finn encolhia-se perto da entrada, temendo ser o alvo da tempestade que via se formando nos olhos de sua Alpha. Os outros comandantes, lobos endurecidos pela guerra, mantinham os olhos baixos, suas orelhas coladas ao crânio em submissão instintiva.
Selenna não estava mais gritando. Ela estava parada diante de uma mesa onde o Coração da Serpente repousava, sua respiração era controlada. A gema pulsava em um ritmo irregular, as veias roxas pareciam mais escuras, quase negras, como se a falha a tivesse enfraquecido.
— Eles... queimaram minha escuridão... a voz dela saiu rouca, carregada de um ódio tão profundo que era quase