O silêncio que se seguiu à cura da realidade foi tão profundo quanto o vazio que haviam enfrentado. Nos dias que se passaram, o santuário não era mais o mesmo, nem seus habitantes. Uma paz delicada pairou sobre as paredes de pedra, mas todos sentiam que era apenas uma trégua, não um fim. O ar em si parecia carregado de possibilidades não realizadas, de ecos de destinos alternativos que sussurravam nas bordas da percepção.
Rafael agora carregava uma luz interior que suavizava suas sombras, mas não as apagava. Suas noites eram atravessadas por visões que mais pareciam ecos de outras realidades, outros tempos, como se o toque de Aether no Coração da Realidade tivesse aberto portais em sua mente. Ele via mundos onde escolhas diferentes foram feitas, onde amores floresceram ou morreram, onde ele mesmo era um estranho; às vezes herói, às vezes vilão.