VLADIVOSTOK – RÚSSIA – 05h41 – ORFANATO SOTERRADO PELO GELO
A neve era tão espessa que cobria o letreiro desgastado: Casa da Luz. Nada ali tinha luz.
Aurora desceu do SUV com as botas enterrando no gelo. Jae-Min estava ao lado, frio no rosto, quente no olhar. Eles usavam roupas escuras, reforçadas, com coletes por baixo — mas o que mais pesava era a missão: encontrar uma filha desconhecida… e não perdê-la para a máfia.
— Entramos e saímos em quinze minutos — disse Taewon pelo fone. — Perímetro limpo, drones no ar, cobertura total.
Aurora respirou fundo.
— E se ela não quiser vir?
— Então a convencemos. Com verdade.
Eles empurraram a porta pesada do orfanato. Dentro, o silêncio era cortante. Paredes descascadas, cheiro de mofo. E então, uma voz infantil:
— Eu sabia que viriam.
Aurora se virou.
E ali estava ela.
Nove anos. Franja longa, olhos puxados, pele clara, um livro nas mãos. Roupas limpas. Mas a alma... marcada.
— Como se chama? — Jae-Min perguntou, a voz falhando.
— Me deram o n