MILÃO – VILLA SEO – 05h43 – QUARTO DE AURORA
O dia ainda não nascera completamente, mas Aurora estava desperta.
Sentada na beira da cama, ela apertava nas mãos um envelope pardo. Dentro, os exames feitos em segredo. Nada de digitais, rastros ou hospitais vinculados ao nome Callahan.
Apenas uma palavra, escrita em caneta preta:
POSITIVO.
Ela passou a mão pela barriga. Ainda nada visível. Mas tudo… já estava ali.
O medo. O amor.
O peso.
Jae-Min dormia, o rosto calmo, o peito subindo e descendo com uma tranquilidade que só quem sobreviveu a mil guerras podia fingir. Aurora sabia que ele seria um pai protetor. Mas também sabia que o mundo não os deixaria em paz.
Ela se deitou ao lado dele.
E pela primeira vez em muito tempo… sentiu-se frágil.
—
08h02 – SALA DE ESTRATÉGIAS
Jae-Min estava diante do mapa da Ásia Oriental quando Aurora entrou.
Ela observou a forma como ele calculava rotas, fluxos, operações — como se ainda tivesse 17 anos, como se o mundo exigisse