A mansão permanecia silenciosa desde a chegada de Arthur. Mesmo os sons costumeiros — passos, portas, vozes distantes — pareciam menores, mais contidos. Lisanne observava da janela do segundo andar, o céu encoberto pelas nuvens da noite, e a lembrança da conversa com o ancestral ainda pulsava em sua mente.
Arthur não falava por vaidade. Suas palavras tinham peso porque vinham de séculos de observação. E naquele encontro, ele dissera a ela exatamente o que não queria ouvir, mas talvez o que precisava.
Agora, com essas frases em sua mente, se via refletindo para chegar em alguma conclusão e tomar uma atitude.
Lian estava acordado. O quarto estava silencioso, e a luz da lamparina projetava sombras longas nas paredes. O selo da ruptura ainda marcava seu peito, mas a dor parecia menos intensa. Ele já não gritava por dentro. Apenas sentia.
A porta rangeu suavemente. Cléo entrou, sem cerimônia, com um pano úmido e uma pequena bacia com água.
— Você não precisa fazer isso — Murmurou Lian.
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