A madrugada ainda pesava sobre o quarto, trazendo consigo o frio que a chama da lareira já não vencia. A cama guardava o cheiro do banho recente, o calor dos corpos e o silêncio de quem sabe que não terá muito tempo.
Lisanne estava deitada contra o peito de Lian, a testa repousada na clavícula dele, respirando fundo como se quisesse prender em si o cheiro e o peso dele para sempre.
— Preciso ir… antes que alguém acorde — sussurrou, embora a própria voz parecesse relutante.
A mão dele deslizou até o meio das costas, firme, impedindo que ela se afastasse.
— Não vai. Ainda não. — A voz era baixa, grave. — Fica mais um pouco.
Ela sorriu pequeno, vencida pelo tom, e se aninhou outra vez. Talvez ainda houvesse alguns minutos antes que o mundo lá fora reclamasse a presença dos dois.
….
Meia hora depois, o quarto ainda guardava a penumbra. Lian estava recostado à cabeceira, já vestido com uma camisa leve e a calça escura; Lisanne, ainda com o robe de tecido fino sobre a camisola, anin