O tempo parecia andar diferente na mansão desde o retorno de Lian.
Os dias eram arrastados, cinzentos. As rotinas permaneciam, mas não havia leveza. Não havia a mesma constância nos passos, nem entusiasmo nas vozes. As conversas tornaram-se mais baixas, os olhares mais atentos, como se todos compartilhassem de um mesmo receio silencioso: o que viria a seguir? Para todos ali, o selo de ruptura era desconhecido, algo que somente os ancestrais guardavam entre si.
Lian ainda não se movia, não falava. Mas seus olhos se abriram na noite do sexto dia, apenas isso.
Estava consciente — ao menos fisicamente — mas o olhar permanecia opaco, longe. E o corpo resistia a qualquer esforço, como se sua própria essência lutasse contra ele. O Selo da Ruptura seguia ativo, marcando seu peito e costas com um vermelho enegrecido, que nunca desaparecia completamente.
Por todas as noites, seu corpo tremia, vinham espasmos fortes que o sacudiam, e mesmo que não houvesse gritos ou sons audíveis de dor, era vis