Alonzo
A madrugada ainda cheirava a chuva e pétalas molhadas. A tenda estava silenciosa, só o barulho do vento contra a lona e a respiração dela, leve, quente, encostada no meu peito. Eu deveria estar pensando em tudo o que descobri.
Deveria estar planejando o que fazer com Letícia. Eu deveria estar furioso, já que duas ligações que poderiam ter mudado tudo foram roubadas de mim. Roubadas dela. Mas eu apenas olhava Antonella dormindo e sentia uma paz que não sabia que ainda era capaz de sentir.
Toquei o cabelo dela, devagar, como se uma pressa qualquer pudesse acordar a mulher mais linda e mais perigosa da minha vida. Ela era meu lar… e eu não fazia ideia de como reconquistar esse lar por completo. Eu só sabia que não desistiria.
Ela se mexeu, abriu os olhos devagar, sonolenta.
— Tá me olhando de novo? — ela perguntou, com aquela voz rouca que só aparece de madrugada.
— Eu nunca parei de olhar. Só aprendi a fazer isso direito.
Ela tentou fingir que não sentiu nada, mas eu senti seu c