Alonzo
Levei Antonella para casa dois dias depois. A médica só a liberou porque eu prometi que ela iria comer bem, tomar as vitaminas no horário e descansar. Ela disse ainda que o corpo dela está frágil, ainda mais com duas bebês crescendo ali dentro. Eu prometi que cuidaria dela como nunca cuidei de ninguém na vida.
Na verdade, eu apenas disse a verdade.
Segurei sua mão durante o caminho inteiro. Ela olhava pela janela, quieta demais. Não era tristeza. Era cansaço. Era trauma. Era a necessidade de silêncio depois de tanto medo.
— Quer parar para comer alguma coisa, coelhinha? — perguntei.
Ela negou com a cabeça. Apenas entrelaçou os dedos nos meus, como se por agora isso fosse suficiente.
Chegamos em casa já no fim da tarde. A mansão parecia mais viva. As luzes estavam acesas, a avó dela nos esperava na porta. Quando Antonella desceu do carro, a avó a abraçou tão forte que eu pensei que ela fosse quebrar.
A voz dela saiu chorando, mas firme:
— Você está em casa, minha menina. Agora