Antonella
Quando cheguei à Karvell naquela manhã, vim focada no trabalho. Tinha reunião com os acionistas, revisão de contratos das duas novas confeitarias e, no fim do dia, apresentação da expansão da Bellini-Karvell na Europa. Eu estava preparada para tudo… menos para vê-la.
Letícia.
Ela saiu da sala de reuniões com um tablet na mão e um sorriso tranquilo. Como se nunca tivesse destruído nada. Como se fosse normal existir no mesmo espaço que eu, como se nunca tivesse sido parte do maior erro da minha vida.
Eu parei. Ela me viu. O sorriso dela desapareceu.
— Antonella… bom dia.
— Não fala comigo. — foi automático.
Alonzo apareceu logo atrás, mexendo no celular. Quando levantou os olhos e viu a cena, entendeu tudo sem precisar de nenhuma explicação.
— Posso explicar.
— Ela ainda está aqui? — perguntei, tentando manter a voz firme.
— Ela ainda cuidava de alguns contratos antigos, mas não é mais dessa filial. Eu juro, coelhinha.
Eu ri, sem humor.
— Contratos… ou você?
Ele fechou os olho