Alonzo
Ela estava ali, sentada no balcão da cozinha, com os cabelos soltos caindo pelos ombros, a camisola simples, as pernas cruzadas de um jeito despretensiosamente sexy, e meus olhos fixos nela como se estivesse diante da minha própria salvação. Quando encostei, senti o corpo dela reagir, mesmo tentando esconder isso.
— Eu sei que ainda tenho muito o que consertar dentro de você. Mas meu lado humano não resiste a você quando estamos tão perto — sussurrei, com a voz rouca demais para ser racional.
— Consertar? Como se eu fosse um objeto? — ela rebateu, tentando descer do balcão.
Eu segurei sua cintura, sem força, apenas presença.
— Eu usei a palavra errada. Tenho que cuidar, Antonella. Cuidar do coração que eu parti em mil. Cuidar da alma doce que eu fiz ficar menos doce. Cuidar de você… e do que representa na minha vida.
Ela me olhou com algo que parecia raiva… misturada com esperança.
— Palavras bonitas. Já pensou em virar coach? — provocou, descendo do balcão e pegando o sanduích