Antonella

Era estranho como a sensação de estar perdendo o controle podia vir em ondas calmas. Não era explosiva. Não era gritante. Era sutil. Um olhar, um toque, um sorriso, e meu peito ficava apertado.

Eu tentava fugir. Tentava focar nos trigêmeos, no trabalho, nas viagens da Sweet Dreams, nas reuniões que me mantinham ocupada o suficiente para não pensar. Mas ainda assim pensava.

Principalmente quando ele estava perto.

Quando eu via Alonzo segurando Edward com cuidado, como se tivesse medo de quebrá-lo. Quando ele fazia Thomaz gargalhar com vozes bobas. Ou quando embalava Aubrey no colo, com um olhar que eu nunca tinha visto antes.

Um olhar calmo. Quente. Quase terno.

Isso quebrava parte da muralha. Uma parte quieta, mas que eu sentia ruir lá dentro.

E eu odiava sentir.

Porque significava lembrar.

Lembrar da noite em que meu corpo cedeu. Lembrar de como ele me chamou de coelhinha. Lembrar da expressão dele quando gritou, desesperado, dizendo que nunca amou outra mulher. Lembrar do