Antonella
Eu estava cansada. Mas não destruída como achei que estaria quando voltei pra essa cidade. O problema é que, às vezes, estar cansada não significa estar fraca. Significa estar lutando contra algo que ainda não sei se devo aceitar ou rejeitar.
E, quando se trata de Alonzo… eu não luto apenas contra ele. Eu luto contra meu próprio corpo.
Passei o dia tentando parecer ocupada, controlada, distante. Mas bastava ele aparecer em um corredor que meu coração doía como se quisesse sair do peito. Ele me chamava de “coelhinha”. E, pior que tudo, minha mente respondia.
— “Ainda não está na hora. Você sabe disso. Ele foi cruel. Você sofreu.”
Mas… será que ele está mudando?
Tirei isso da cabeça quando fui à reunião na Bellini-Karvell. Era importante, formal, com acionistas, investidores e um novo parceiro comercial, um que parecia empolgado demais com minha presença.
Ele tocou meu ombro, com um sorriso abusado.
— Você é ainda mais bonita pessoalmente, senhorita Bellini. Ou posso te chama