Capítulo 24

Alonzo

Sentei numa praça e fiquei olhando uma criança andar de bicicleta com o pai, de longe, sem conseguir me aproximar, como se um vidro me separasse do mundo. Pensei em herdeiros. Pensei na matéria que dizia que meu casamento não tinha filhos. Pensei no absurdo que é o mundo comentar a ausência de filhos de quem nem consegue ser marido.

— Você não merece nada disso — falei, como se estivesse dizendo para a Antonella. — Não merece a minha versão pior. Não merece essa história comigo.

Uma senhora sentou no banco ao lado e alimentou pombos. Eu fiquei quieto. Peguei o celular de novo, como quem procura punição, e abri as últimas fotos do rolo da câmera.

A maioria eram prints de gráficos, um jantar de acionistas, uma foto cortada da minha mão no volante. Nenhuma foto com ela. Nenhum registro de sorriso. Nenhum momento que provasse que eu ao menos tentei. O nada que a gente produz quando escolhe o orgulho.

Voltei para o carro. Dirigi sem direção. Lembrei de uma conversa antiga com meu p
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