Ponto de Vista de Maximo Bianchi.

O cheiro de fumaça ainda parecia grudado nas minhas roupas quando entrei na casa dos meus pais. As investigações avançaram pouco. Sabíamos que havia um traidor, alguém infiltrado, alguém que conhecia nossos passos, mas ainda não sabíamos quem. E isso me corroía por dentro.

Só que agora, nada importava mais do que ela. Minha mulher. Minha corujinha. Minha luz.

Subi as escadas da casa dos meus pais em passos pesados, apertando o maxilar, e quando abri a porta do meu antigo quarto, meu coração congelou.

Serena estava sentada no chão, de pernas cruzadas, segurando uma caixa de papelão desgastada. Fotos, cartas, lembranças espalhadas ao redor. Fotos minhas... e dela. Isabella.

Vi o momento exato em que os olhos dela se encheram de lágrimas. Ela segurava uma foto minha, sorrindo ao lado de Isabella, num tempo que parecia pertencer a outra vida. Uma vida que eu não queria mais lembrar.

— Serena… — Minha voz saiu baixa, rouca, carregada de culpa.

Ela levanto