Ponto de vista de Máximo
O som dos saltos da minha irmã contra o mármore havia cessado, substituído por um silêncio pesado, cortado apenas pela respiração trêmula dela. A encontrei no jardim da Villa, segurando a grade de ferro como se aquilo fosse impedir que o mundo inteiro desabasse sobre seus ombros.
Me aproximei devagar.
— Giullia… — minha voz soou firme, mas não dura. — A gente precisa conversar.
Ela não respondeu. Ficou ali, de costas, com os ombros tensos, as mãos tão apertadas na grade que seus nós dos dedos estavam brancos.
Toquei seu ombro e, só então, ela se virou. Seus olhos verdes — normalmente faiscantes, cheios de vida — estavam marejados, vermelhos, partidos. Um nó se formou na minha garganta, mas eu não podia me deixar amolecer agora.
— Fala. — Ela cruzou os braços, a voz embargada, mas carregada de orgulho. — Fala logo, Máximo.
Respirei fundo, passando as mãos pelos cabelos, puxando o ar como quem se preparava pra enfrentar uma tempestade.
— Giullia… — comecei, mais