Ponto de vista de Máximo Bianchi.
O salão estava começando a esvaziar. Os convidados brindavam suas últimas taças, despediam-se, e aos poucos o burburinho da celebração da minha coroação como Don da Cosa Nostra se tornava mais ameno.
Mas havia algo que eu precisava resolver antes que a noite acabasse.
Me aproximei de Enrico, que, assim como eu, estava atento a cada detalhe. Ele percebeu meu olhar e, sem precisar que eu dissesse nada, apenas acenou com a cabeça. Sabia exatamente do que se tratava.
Me virei, chamando com a mão:
— Paolo. Vem cá. A gente precisa conversar.
Ele arqueou a sobrancelha, ajeitando o paletó escuro, aquele sorriso presunçoso no rosto, como quem não imaginava a tempestade que estava prestes a cair sobre ele.
Caminhamos para um dos escritórios privados da mansão. Fechei a porta atrás de nós e me virei, cruzando os braços. Enrico já estava encostado na mesa, braços cruzados, mandíbula tensionada.
— Tá... — Paolo ajeitou a gravata, relaxado demais pro meu gosto. — O