Ponto de vista: Máximo Bianchi
Minha mulher estava me deixando maluco com aquele vestido azul. Colado no corpo, cravejado nas curvas certas, com aquele decote que pedia para ser arrancado com os dentes. E porra, ela sabia disso. Serena tinha essa mania de se fazer de santa, mas conhecia cada um dos meus gatilhos — e os puxava como quem acende pavios.
A festa estava chata pra caralho. Discurso aqui, cumprimento ali, risos forçados, e a porra toda da politicagem mafiosa que me dava nos nervos. Quanto mais demorava, menos tempo eu teria com ela nua na minha cama, gemendo meu nome e chamando Deus em vão.
Mas a cereja do bolo, o estopim, foi o momento em que um filho da puta de garçom se aproximou demais da minha mulher.
Eu estava de costas, rindo com Enrico e Paolo de uma piada sobre o terno ridículo de um dos chefes do norte, quando ouvi o tom da voz do desgraçado — meloso demais. Virei o rosto e vi. O infeliz sorria para Serena como se estivesse prestes a convidá-la pra dançar um