29. MEU BEBÊ
Naquela noite, ao retornarem para casa, Isabela não conseguia afastar o pressentimento de que havia algo escondido por trás daquela súbita gentileza de Leonardo. A imagem dele no restaurante, sorrindo de maneira enigmática e falando com uma doçura forçada, lhe parecia mais uma encenação do que uma demonstração de afeto genuíno. O pior era que ele tinha o poder de deixá-la em dúvida — entre acreditar que talvez ele estivesse mudando ou sentir que tudo não passava de uma armadilha.
No quarto, Leonardo observava Isabela enquanto ela retirava os brincos e colocava-os sobre a penteadeira. Seus olhos seguiam cada movimento dela, e aquele olhar a deixava desconfortável. Ele quebrou o silêncio:
— Sabe, Isabela, você fica ainda mais linda quando veste vermelho... — sua voz era baixa, quase sedutora, mas havia algo sombrio por trás dela.
Ela engoliu em seco, mantendo a calma, e respondeu apenas com um tímido:
— Obrigada.
Leonardo se aproximou lentamente, parando atrás dela, onde seu reflexo no