28. JANTAR MAL INTENCIONADO
Depois de uma semana inteira ignorando Isabela, fingindo que ela era apenas mais uma sombra nos corredores daquela casa, Leonardo finalmente entrou no quarto. O silêncio que se instalou foi pesado, e o frio olhar que sempre a ferira estava diferente. Havia nele uma falsa doçura, um brilho enganador que fez Isabela estremecer. Ela conhecia aquele olhar. Não era bondade, não era amor. Era desejo, era manipulação, era o olhar de um predador que prepara o bote.
Ele se aproximou devagar, com um sorriso calculado nos lábios.
— Arrume-se. — a voz soou firme, porém suave demais, como quem mascara intenções. — Vamos jantar fora esta noite. Quero você deslumbrante… vista algo vermelho, algo sofisticado.
Isabela engoliu em seco, sem coragem de recusar. Sabia que qualquer palavra atravessada poderia despertar nele a fera que sempre se escondia por trás daquela calma artificial. Limitou-se a acenar com a cabeça e, fingindo naturalidade, entrou no closet.
O vestido vermelho escolhido parecia ter si